“Não se pode mentir para todo o mundo durante o tempo todo”, é o que diz o adágio popular. De fato, cedo ou tarde a verdade começa a aparecer e no debate sobre o desarmamento não seria diferente.
O senador gaúcho Paulo Paim (PT) declarou hoje ao Estadão achar interessante a proposta de um novo referendo sobre o comércio de armas, mas ser favorável a uma solução alternativa para a questão, qual seja, um pacto com os fabricantes, para que as vendas se destinem, exclusivamente ao Estado. Deveria ter parado aí, mas felizmente não o fez.
Para justificar a proposta, Paim disse já ter conversado com a indústria, que teria aceitado a sugestão. Vejam o que afirmou: "Conversei com representantes das empresas no fim de semana e eles concordam com a ideia. Os próprios representantes da empresa me disseram que o que é vendido para o cidadão comum é pouco no negócio deles."[1]
Bom, se a venda para o cidadão comum é inexpressiva para os fabricantes, qual o sentido de lutar tanto para proibi-la? Para que um novo referendo para proibir algo que, segundo os próprios fabricantes, é insignificante?
O fato é que, aos poucos, a verdade tende a ir surgindo: o comércio legal de armas para o cidadão comum não tem absolutamente nada a ver com a criminalidade. É um negócio tão pequeno, que nem os próprios fabricantes têm interesse em manter.
As conclusões são óbvias.
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