sexta-feira, 29 de abril de 2011

No rastro da “bomba”.

A informação que fechou com chave de ouro a audiência pública sobre o controle de armas e munições, realizada pela Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados (post anterior), vai sendo detalhada com a divulgação do conteúdo oficial do relatório das forças de segurança que atuaram no Complexo do Alemão e na Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro.

De acordo com o documento oficial, divulgado em matéria do O Globo¹, a ação policial apreendeu naquelas comunidades 289 armas, das quais 172 (60%) eram de uso proibido para civis e 222 (77%) eram de fabricação estrangeira. O relatório ainda aponta que mais da metade das armas era de grosso calibre – fuzis e metralhadoras (56%).

As informações contribuem substancialmente para desfazer as infundadas teorias de que são nacionais e de uso civil as armas que acabam equipando a criminalidade. Não são, está provado mais uma vez.

Felizmente, a cada dia se multiplicam os que enxergam a clara mentira desarmamentista, pela qual se tenta culpar a vítima (sociedade) pela crise da segurança pública no país, investindo-se em políticas meramente ideológicas e que não apresentam nenhum resultado na redução dos índices de violência. O deputado Francisco Francischini (PSDB-PR), delegado de carreira da Polícia Federal, é um exemplo. Em sua clara visão, o levantamento comprova a presença do tráfico internacional de armas no Brasil, desmentindo estatísticas e a argumentação de que a campanha do desarmamento resolve o problema da circulação de armas no país. Afinal, como se torna cada vez mais claro, a campanha de desarmamento não resolve o problema do tráfico internacional. Não atinge essas armas.

Absolutamente lamentável que, diante da irrefutável realidade, entidades antiarmas permaneçam apegadas a seu falido discurso e insistam em teses que contrariam todos os números e dados oficiais. Frente a um relatório oficial que aponta 77% das armas apreendidas com o crime como de origem estrangeira, ainda aparece quem se diz especialista afirmando que esse percentual seria de apenas 5% ou 7% (!). Muito pior é o fato de serem esses os “especialistas” que palpitam e praticamente definem as políticas de segurança pública empreendidas pelo Ministério da Justiça.


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¹http://oglobo.globo.com/rio/mat/2011/04/28/trafico-internacional-de-armas-abastecia-complexo-do-alemao-924345220.asp

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